quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um amor no deserto - Rosane Fantin



Quem nunca se imaginou vivendo um romance em pleno deserto? Eu já. Mas se vocês nunca se viram vivendo literalmente uma tórrida paixão com um verdadeiro tuaregue, em meio a areias, camelos, tendas, oásis e tâmaras, preparem-se para começar, pois é neste ambiente que acontece um dos romances mais doces que eu já li. E isso, graças aos céus, sem ser daqueles romances enjoativos.

Daren é um homem forte, em vários sentidos. Ele é o protagonista do livro da minha querida amiga Rosane Fantin, Um Amor no Deserto, que conta a história de como um amor intenso pode surgir onde e quando menos esperamos.
O ano é 1985. Durante a realização do Rally Paris-Dakar, Amy McGarvey seria uma das primeiras mulheres a pilotar uma moto nessa competição extremamente perigosa.
Durante a prova, esta jornalista inglesa teve sua moto atolada nas areias escaldantes nos percurso de Níger a Mali. Quando acreditava estar totalmente perdida e entregue ao seu destino final, pois já estava começando a assar naquele deserto, eis que surge um cavaleiro - ou deveria dizer um “cameleiro”; como chamamos os guris que montam esses animais? (um doce envenenado para quem me elucidar essa questão)... mas, voltando ao que interessa... no frigir, literalmente, dos ovos, eis que surge um salvador, e que salvador!
“Ele acabara de cumprir sua promessa. O último desejo de alguém que tinha dedicado sua vida ao trabalho e à família. O desejo de reunir-se aos elementos da natureza, no lugar que tanto amava. Montou seu camelo e seguiu na direção das tendas de seus primos que o abrigavam desde sua chegada a Mali. Foi quando viu alguma coisa caída sobre as areias, ao longe. Curioso, resolveu investigar. Ao chegar mais perto viu a silhueta de uma pessoa. Acelerou o cavalgar. Logo pode identificar o corpo de uma mulher, vestida apenas com uma bermuda curta, uma camiseta de algodão, com um boné vermelho, que foi o que chamara sua atenção, sobre o rosto. Desceu de sua montaria rapidamente e foi verificar se estava viva. Devia estar a algumas horas ali, sob o sol. Um exame rápido mostrou que ainda estava viva, apesar de muito desidratada. Pegou um cantil de água que trazia junto a si e, começou a molhar-lhe os lábios com cuidado, colocando-a junto a si. Passou a gotejar algumas gotas do líquido precioso dentro de sua boca. Ela ainda não reagia. Talvez precisasse hidratação intravenosa, mas isto seria impossível naquela região. O hospital mais próximo ficava a mais de 100 quilômetros dali. De repente, ouviu um gemido tímido. Logo um par de lhos azuis embaçados o olhava sem entender o que estava acontecendo.
─ Você pode me ouvir? – falou em inglês perfeito.
Ela não tinha forças para responder.
─ Você fala inglês? – perguntou novamente
Ela assentiu com um movimento leve da cabeça
─ Então tente tomar um pouco de água... Aos poucos, para não engasgar...”
Até eu, que não me julgo uma mulher das mais românticas, adoraria estar assando os miolos (e saibam que eu não suporto calor), só para ser socorrida por um homem assim, profundo, forte, com uma voz deliciosamente sensual e com duas esmeraldas nas cavidades oculares. (suspiros)
Vocês precisam saber que quando conheci Rosane, foi através de duas paixões em comum: a primeira foi o ator Gerard Butler, do qual éramos fãs (de fã clube e tudo mais – pela deusa! até camisetas fizemos!); a segunda paixão foi a leitura. Rosane tem um blog onde espalha as sementes de sua imaginação romântica. Naquele espaço existem os momentos mais encantadores que já pude viver em termos de literatura. São histórias de amor, de aventura, suspense e mesmo ficção, mas todas escritas com tanta delicadeza e pureza que conseguiram transformar essa ogra que vos escreve numa mulher mais sonhadora.
E Daren é um desses personagens tão deliciosos e marcantes que eu mesmo fui uma das que imploraram para que Rosane publicasse suas histórias.
Ele possui algo que eu invejo tremendamente, paciência, pois teve que lidar com uma mulher extremamente independente, geniosa e tão voluntariosa que pôs a própria vida em risco, não uma, mas várias vezes.
Some-se a essa qualidade rara em um homem, uma profissão fantástica que é o exercício da medicina (disso eu tenho certeza: a maioria aqui já brincou de médico) e a caridade. Fora o fato de que o cabra é uma delícia de homem, alto, bonito, inteligente, com uma voz grave, sensível e hétero. Querem mais? Então vejam:
"Quando Daren ia beijá-la, deu-se conta de que estavam em plena luz do dia, sendo observados por algumas das garotas mais curiosas da tribo. Apenas sorriu e convidou-a:
[...]
─ Então, espere eu me lavar e já saímos. É melhor você colocar o seu turbante para proteger o rosto do sol e da areia. Está bem?
─ Está ótimo.
Ela seguiu o seu conselho. Quando voltou, ele já a esperava junto ao camelo, seu conhecido, que se encontrava deitado no chão, aguardando para que eles pudessem subir em sua “rahla” (sela). Podia-se notar que ele havia se lavado e trocado de roupa. Exalava um perfume suave e másculo. Vestia uma túnica índigo com detalhes em branco e um turbante de um azul mais escuro, que o deixou com o aspecto de um príncipe árabe, como aqueles dos contos das Mil e Uma Noites. Amy conteve o suspiro que tentava escapar de seu peito. Não queria deixá-lo muito convencido.
Ele ajudou-a a subir e sentar-se entre as corcovas de sua montaria e acomodou-se atrás dela, como quando do último “passeio” que haviam feito juntos pelo deserto. A um toque dos calcanhares de Daren e um som de estalar de língua no céu da boca, o animal começou a galopar. Agora entendia como ele a tinha alcançado tão rápido durante a perseguição ao seu cavalo. Depois de mais ou menos 30 minutos de cavalgada, chegaram a um pequeno e lindo oásis, bem menor que aquele que os tinha acolhido durante a noite.
─ Este é o seu oásis particular? – perguntou encantada com o lugar.
─ Quase... Gostou?
─ Se tivesse uma linha de ônibus passando por aqui, um supermercado, uma agência de correio ou linha telefônica, eu seria capaz de passar o resto dos meus dias aqui.
Ele soltou mais uma de suas gargalhadas gostosas e apertou-a contra si. Deu-lhe um beijo no pescoço e forçou o camelo a baixar-se. Desceu primeiro e agarrou-a pela cintura, para ajudá-la a desmontar. Assim que a colocou no chão, abraçou-a e beijou-a apaixonadamente.
‘E agora? O que vai ser de mim sem ela?’, pensou.” [...]
Se pudessem, ouviriam meus gemidos... beijo no pescoço, perfume suave e másculo?? Não preciso de mais nada, Amy pode até conter seus suspiros, eu não!
Conseguiriam imaginar o guri sob a túnica? Humm...
Rosane Fantin é uma das responsáveis pela minha relativamente nova paixão por romances mais suaves e por isso só tenho a agradecer, pois com seus textos, seus homens magníficos, minha vida tornou-se também mais suave e, como escrevi em um de meus comentários em seu blog:
“Também estou irremediavelmente apaixonada por Daren! Vixe, que homem!
Concordo com a Lucy, quando diz que muitos homens esqueceram essas delicadezas, mas acho que muitas mulheres também não têm esse feeling, já estão muito voltadas para a profissão; tempos modernos, afinal. Acho que me incluo nesse rol, mas graças ao nosso Lorde (Butler, naquela época), a vocês minhas queridas amigas e a esse cantinho cor-de-rosa, meu coração e meus sonhos andam mais coloridos. Obrigada Ro, por me ajudar a descobrir essa delicadeza na minha alma” 
Não mudaria uma palavra sequer em qualquer um dos comentários que fiz, pois foi graças a leituras com Linda Howard, J.R. Ward, Nora Robert e Rosane Fantin que hoje tenho mais fé em coisas que não suportava nem a menor menção e acredito que existem muitos amores possíveis. Quem sabe meu Daren ainda está por vir?
Os livros de Rosane Fantin estão na minha lista de favoritos no Skoob e seus textos estão disponíveis para seu deleite em: http://romancesaovento.blogspot.com.br
Vou me despedindo de vocês, já pensando no próximo feitiço que trarei.

Fiquem bem e Carpe Diem.
Tania Lima