sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Livro: Reencontros - Linda Howard


Olá, pessoal!
Volto hoje, depois de tanto tempo, para compartilhar com vocês mais um personagem apaixonante e mais uma história incomparável! Preparem seus corações, pois emoções fortes virão!
Estou falando de Díaz, um dos personagens magníficos do livro Reencontros (Linda Howard – não se preocupem, pois embora este seja o terceiro livro dela que cito aqui, não leio apenas essa autora estupenda, mas antes da IAN, seus livros foram os que definitivamente, me nocautearam, em termos de romance-policial-erótico-suspense e, a partir dela, fui me embrenhando neste universo tão cativante). Para ser sincera, Reencontros foi meu segundo livro da titia Linda.
Mas, voltando ao que interessa, Díaz encabeça uma lista de homens deliciosos, em diferentes sentidos, desta história que me fez chorar muito, me fez rir, me surpreendeu e me deixou chocada com as revelações. Aliás, acho que este será um dos maiores posts da Sexta Envenenada, pois aproveitarei para apresentar-lhes os outros machos cativantes. Mas o ponto central é Díaz.

Reencontros conta a história de Milla Edge, que reproduzindo a “orellha” do livro: “[...] Com uma surpreendente combinação de esperteza, instinto e paixão, Milla demonstra uma capacidade maravilhosa de encontrar crianças desaparecidas. Quando tudo parece perdido, pessoas desesperadas vão até ela em busca de esperança e solução. Movida por um desejo obsessivo de preencher o vazio na vida de outras pessoas, Milla mergulha de cabeça em todos os casos – ao mesmo tempo em que tenta superar as fortes emoções causadas por uma terrível tragédia em seu passado.
Ao viajar para uma pequena cidade do México, seguindo uma pista segura, Milla começa a descobrir o terrível destino de inúmeras crianças desaparecidas nos últimos dez anos, devido à atuação de uma quadrilha especializada no contrabando de bebês. A chave para desmantelar a quadrilha pode estar nas mãos de um arredio homem de um olho só. Para encontrá-lo, Milla une forças com James Díaz, um homem estranho e suspeito conhecido como o Localizador, que esconde seus atos sinistros. [...]”

A história é realmente eletrizante, mas não vou dar detalhes maiores, pois vou adorar saber que vocês a lerão e quero muito saber sua opinião. Enfim, Díaz entra no circuito quando Milla segue a indicação de uma ligação anônima dando-lhe a informação que deseja há tantos anos. E quando retorna a seu escritório, que está vazio, exceto por uma de suas funcionárias e amiga, tenta localizar o autor do telefonema.
Joann encostou-se na mesa e esperou Milla discar o número. Atenderam no quinto toque: ─ Estação de serviços.
Uma saudação informativa, Milla pensou. ─ Olá, aqui é Milla, da Finders, e recebemos uma ligação daí às seis da tarde de sexta-feira. Você poderia me informar...
─ Sinto muito ─ o homem disse impacientemente. ─ Este é um telefone público. Não tenho tempo para ficar observando todo mundo que o usa. Você recebeu um trote?
─ Não, foi uma ligação séria; só estou tentando encontrar o homem que me ligou.
─ Não posso ajudá-la. Sinto muito. – Ele desligou, e Milla soltou um suspiro de frustração ao desligar o telefone.
─ O que ele disse? ─ Joann perguntou ansiosamente.
─ É – disse uma voz baixa e sem emoção que veio de trás delas. ─ O que ele disse?
Joann pulou com o susto e soltou um pequeno chio assustado ao virar-se. Milla levantou-se de modo tão brusco que sua cadeira foi para trás, chocou-se com a mesa e foi parar ao lado de Joann, paralisada, olhando fixamente para o homem que bloqueava a entrada de seu escritório. Um arrepio percorreu-lhe a espinha de cima a baixo e seu coração bateu com muita força. Elas estavam sozinhas no escritório. A porta estava trancada. Como ele havia entrado? O que queria?
Ele não estava armado, pelo menos não aparentemente. Mas apesar de suas mãos estarem vazias, ela não se acalmou, porque ele tinha os olhos mais frios e distantes que ela já tinha visto. Estava vendo os olhos de um assassino e, apesar de estar com tanto medo a ponto de tremer, havia algo hipnotizador naquele olhar e ela não conseguia parar de olhá-lo. Era como uma serpente, ela pensou, hipnotizando sua presa entes do bote.
Sentia uma imobilidade sobrenatural diante dele, como se ele não fosse um ser humano.
Ao seu lado, Joann estava respirando ofegantemente, com os olhos arregalados enquanto olhava, sem piscar, o invasor. Milla tocou a mão de Joann para acalmá-la e esta imediatamente agarrou sua mão com desespero.
O homem olhou rapidamente para suas mãos dadas, e novamente para seus rostos. ─ Não me faça perguntar outra vez (a-d-o-r-o homem brabo) ─ ele disse, ainda com aquele tom totalmente vazio.
Aquela voz. Conhecia aquela voz. Mas o pânico ainda estava correndo por suas veias, e não conseguiu dizer as palavras que estavam em sua garganta, mas sua voz estava tensa: ─ Era um telefone público. O homem me disse que não sabe quem o usou, que estava ocupado demais para prestar atenção.
Um leve movimento de seus cílios foi a única resposta que o invasor lhe deu.
Não havia como passar por ele. Ele não era enorme, mas era grande o suficiente, cerca de 1,85 m, talvez 1,90 m, com um físico magro e musculoso, revelava só músculos e força, com uma pitada de rapidez de cobra cascavel. Ele era a escuridão, uma sombra carregada de uma ameaça quase palpável.
Então ela percebeu, e sentiu-se tonta quando o sangue percorreu-lhe o cérebro. Usou as mãos para agarrar-se ao canto da mesa para não car. ─ Você é o cara que me derrubou (a mim também Milla), disse com a voz fina e chocada. E, naquele momento, percebeu outra coisa, algo que deixou seus joelhos tremerem a ponto de quase não conseguirem sustentar o corpo. – Você é o Díaz.
A expressão dele continuava inalterada. – Fiquei sabendo que você queria conversar comigo – ele disse. [...]”
Depois de uma entrada como essa, há de se imaginar que, daí pra frente, é só adrenalina, e é mesmo.
Díaz definitivamente é surpreendente e, como a maioria dos homens de Linda, é único; consegue despertar vários sentimentos, várias sensações, tanto na protagonista como em nós; ele é uma verdadeira montanha-russa de emoções.
Díaz é aquele cara que passa totalmente despercebido e só o notam se assim permitir. Mesmo criança, era tão quieto, tão silencioso, que sua mãe o submeteu a exames para avaliar que sofria de algum tipo de distúrbio.
Aos 10 anos, sua mãe ficou cansada dele e o mandou para viver com seu pai no México, onde se sentia melhor, mas quatro anos depois o pegou de volta, pois queria que terminasse de estudar nos Estados Unidos. E foi o que fez. Como estavam constantemente se mudando, ele não mantinha quaisquer tipos de relações duradouras. Não namorava, pois as gurias de sua idade podiam ser lindas, mas suas personalidades não o atraíam. Perdeu a virgindade aos 20 anos, e desde então não teve muitas relações. Sexo era ótimo, mas talvez por sua maneira de ser, sempre intimidava as mulheres. Assim, mantinha-se um pouco afastado.
Até conhecer Milla Edge. Tudo nela mexeu com ele, mas seus olhos... “faziam com que ele sentisse vontade de colocar-se entre ela e o mundo e matar qualquer pessoa que lhe causasse o mínimo de dor que fosse. [...]”
Povo, nunca fui conhecida pelo meu romantismo (quase nulo), mas saber que um homem pensa assim, apenas por causa dos meus olhos... 
Foi isso que me deixou de quatro, literalmente, por James Díaz. Homem de poucas palavras, de poucos gestos, mas palavras e gestos inesquecíveis. Quando li Reencontros pela primeira vez tive um misto de emoções que foi muito difícil de superar. E acho que ainda não li outra história tão impactante em mim; impactante por ser muito possível, por ser real, não que seja baseada em fatos reais, mas que está recheada de temas polêmicos e tão atuais, como o roubo de bebês.
Nesta história encontramos outros personagens muito fortes, como o ex-marido de Milla, David; homem maravilhoso, lindo e dedicado que, mesmo estando separados, continua apoiando-a. Temos também True Gallagher, um empresário que venceu sozinho e que se interessou pela causa de Milla, tornando-se um de seus doadores mais assíduos. Outro nome que se destaca na história é o de Rip Kosper. Todos são fundamentais na trama.
Mas nosso absinto de hoje consegue ser imbatível, pelas poucas e marcantes palavras e ações, como já disse. Vejam:
“[...]
Ainda um pouco engasgada, ela disse: ─ O que houve? Por que caímos?
Ele disse: ─ O chão estava incerto onde a prancha estava apoiada e a fez balançar. A próxima pergunta foi:
 ─ Como sabia que existe uma queda d´água nesse rio?
Díaz ficou em silêncio por um momento e depois disse: ─ Sempre tem uma cachoeira. Você nunca viu nos filmes?
Feliz, aliviada e quase histérica de tanta alegria por estar viva, ela começou a rir.

Díaz estava deitado de barriga para cima ao lado dela, ofegava e tentava recuperar o fôlego, mas agora tinha virado a cabeça para ela e sorria. Ele a observou por um minuto, com os olhos semicerrados por causa do sol da tarde. Então, disse:
 ─ Eu daria meu testículo esquerdo para estar dentro de você agora. [...]”
Perdi a conta de quantas vezes li esse trecho para ver se a excitação que ele me causou desaparecia. Mas não, ainda hoje, reescrevendo-o tenho as mesmas reações. Tão fortes quanto o trecho de sua primeira transa... aliás, as demais também foram HOT! HOT! HOT!
“[...]
Não havia nada de romântico em Díaz, nada de palavras doces sendo murmuradas ou gestos galanteadores, apenas aquele beijo que não parava mais, profundo e voraz. Ela nunca tinha sido beijada daquela maneira antes, com uma intensidade que evidenciava os elementos mais simples: homem e mulher. Ele a segurava com a mão emaranhada em seus cabelos, apoiando sua cabeça com a mão, jogada para trás enquanto deliciava-se com sua boca. Parecia que tirava alguma coisa dali. Mas, mesmo assim, ele também dava. Dava prazer. Ela queimava de prazer, e as chamas era atiçadas por nada mais que sua boca e língua.
 Sua ereção apareceu na frente de sua calça. Era uma presença dura como pedra contra seu estômago, e ela sentiu um arrepio de desejo por dentro. Em um frenesi, ela se afastou um pouco, brigou com o botão e o zíper tirando a roupa úmida para que pudesse... (TRECHO TARJA PRETA!)
Os braços dele se firmaram e ele a deitou na cama, e, em vinte tumultuados segundos, tinha tirado toda a roupa dela. Com mais dez, tirou suas próprias peças. Colocou as mãos nos joelhos dela e os separou, sem esperar por autorização, posicionou-se sobre ela. Milla colocou as mãos nas costelas dele, esperando enquanto ele apoiava seu próprio corpo em um braço e, com a outra mão... (TARJA PRETA, AGAIN –  ESTOU FRACA)
Ele ficou parado, respirando por seus lábios entreabertos enquanto os dois se olhavam. Ela não conseguia se mexer; a sensação de tê-lo dentro dela era muito forte, quase dolorosa, devida a tanta intensidade. [...]
Sinto-me incapacitada para continuar, pernas e mãos trêmulas. Mas tenho certeza de que, assim como aconteceu (de novo) comigo, vocês também devem estar suspirando (melhor dizer, ofegando).
Isto é só uma pequena parcela do tornado Díaz, que na galeria de homens fortes desses livros maravilhosos, é um dos meus amantes mais queridos.
Podem crer: a história, os personagens, a edição do livro – Bertrand – e a maestria de Linda Howard, em Reencontros, vão mexer profundamente com vocês. Depois me contem.
Fico por aqui, ainda zonza depois de repassar algumas cenas desse show de texto, já louca de vontade de voltar.
Beijos e Carpe Diem!
Tani@

terça-feira, 13 de maio de 2014

Saudades de Patrícia Esber



Há coisas em nossas vidas que não têm explicação.
Uma delas é a afinidade, os laços que criamos com algumas pessoas. Não falo de família, pois esta a gente ama, briga, discorda, mas sempre será nossa e dela faremos parte.
Mas como explicar laços de amizades com pessoas que, nem sabíamos que existiam?
Eu fiz amizades miojo, do tipo instantâneas; que assim como começaram também terminaram. Tive amizades que pensei serem fiéis, mas no final só eram verdadeiras da minha parte. Tenho amigos que fiz desde infância e que, por razões que só a vida cheia de acontecimentos, seguiram rumos diferentes e, graças à internet, consegui reencontrar. Também tenho amigos que fiz através desse meio de comunicação e que fazem parte da minha vida em muitos momentos e sentidos.

E foi através do mundo virtual que pude conversar pela última vez com uma das melhores pessoas que já conheci em toda a minha vida.
Há 5 anos, pude conversar com a minha querida amiga Patrícia Esber como vínhamos fazendo há alguns anos.
Tanta coisa para se dizer, tantos planos para realizar, tanta vida para se viver.
Saudade de você, minha doce e querida amiga.
Ainda que eu não diga todos os dias, saiba que é o que sinto a cada momento, assim como a desejo frustrado de poder ter feito algo que mudasse o que aconteceu. Que os anjos estejam fazendo o que eu não posso, que é aproveitar a companhia de alguém tão querido e especial como você!
Tania Lima

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Atração Implacável - Linda Howard

Olá pessoas!
Dando sequência à publicação de alguns posts meus que fiz para o Envenenadas pela Maçã, hoje trouxe o segundo texto da Sexta Envenenada, de 03 de agosto de 2012 - http://asenvenenadaspelamaca.blogspot.com.br/2012/08/coluna-sexta-envenenada.html.
Muitos personagens masculinos do mundo literário são misteriosos, definitivamente enigmáticos. Mas poucos conseguem causar um efeito tão explosivo como John Medina.
Este gato veio tomando forma desde sua aparição em Revelações (Kill and Tell), quando surgiu para elucidar a morte de seu pai, Rick Medina, outro grande agente da CIA.
Ainda que sua participação neste suspense romântico seja esporádica, temos uma ideia da intensidade desse personagem.
Aqui ele se alia a Karen Whitlaw e Marc Chastain, que estão também em busca de respostas para outro assassinato, numa trama que envolve política, poder e traição, enfrentando um assassino insuspeito, que não desistirá enquanto não tiver em suas mãos os segredos, há muito guardados, do pai de Karen.
Neste primeiro momento, vemos uma pequena parcela do poder de Medina, que tem sua história finalmente contada em Atração Implacável (All the Queen´s Men), outro grande trabalho de Linda Howard.
Cinco anos antes, ele e sua equipe trabalhavam numa missão explosiva no Irã, na qual deveriam destruir por completo uma fábrica onde desenvolviam um carregamento de antraz para terroristas no Sudão.
Neste período, ele conhece Niema, que também fazia parte da equipe, meio que contra a sua vontade, já que ela está no grupo não só por suas habilidades, mas também porque insistiu em acompanhar o marido. Uma série de acontecimentos irá fazer com que seu destino esteja permanentemente ligado ao dessa mulher.
Mas, apenas anos mais tarde eles voltam a ter contato, dessa vez também por motivações profissionais. No entanto, é Medina quem cria as oportunidades para esse reencontro, para finalmente aproximar-se de maneira mais íntima e intensa.
mf3
Matthew Fox
Meu encanto nesse personagem: a força e as ações extremamente calculadas e inesperadas. John Medina é um homem que aparentemente é só mistério, que vive para seu trabalho e o realiza de maneira tão eficiente que se transformou em uma lenda dentro da Agência. São poucos os colegas que sabem de sua existência, e entre esses raríssimos sequer conhecem sua verdadeira identidade.
Mesmo com tudo isso, havia algo – ou melhor, alguém – que conseguia mexer com ele, ainda que ninguém jamais pudesse imaginar.
“[...]
Niema.
[...]
A resposta era não. Ela ainda estava sozinha.
Será que ela havia mudado? Talvez engordado, adquirido alguns fios de cabelos brancos? Muitas pessoas começavam a ter cabelos brancos com vinte e poucos anos. Será que seus grandes olhos pretos ainda eram tão profundos a ponto de fazer um homem mergulhar neles sem se importar?
Ele poderia vê-la. Ela nunca saberia. Poderia satisfazer sua curiosidade, sorrir com o prazer físico que sentia ao vê-la e ir embora. Mas ele sabia que não a veria; alguns fins era a melhor solução. Ele era ainda quem era e quem fez o que fez, por isso não havia motivos para sonhar acordado, por mais prazeroso que isso fosse.
Saber disso era uma coisa, afastar-se daqueles desejos era outra. Ele faria o que  era preciso, mas queria beijá-la abraçá-la, nem que fosse apenas uma vez, e fazer amor com ela. Apenas uma vez ele queria deixá-la nua e possuí-la, e uma vez teria de bastar, porque não poderia se arriscar mais que isso.
Mas não havia chances de ele ter essa oportunidade, então John finalmente parou de imaginar coisas, virou para o lado e dormiu.
[...]”
A maneira como esse personagem vai ganhando forma e se mostrando é muito sedutora. Há poucas informações dele no início, assim, nos surpreendemos com o que vamos descobrindo a seu respeito. Seu caráter, sua sensualidade e mesmo seu humor que, a princípio é bastante prático e esporádico, mostra-se mais presente e lascivo.
Geralmente, romances escritos por mulheres focam muito os pensamentos, as reações femininas, o amor e o sexo com foco feminino. Mas em Atração Implacável, John reina em pé de igualdade com Niema. Aliás, esta é uma característica presente na grande maioria dos romances de Linda Howard.
Muito gostoso desse livro é podermos observar o relacionamento dos dois, mesmo antes de assumirem a próxima missão que envolve um poderoso negociante de armas francês que está fornecendo munição a terroristas internacionais. Como ela, acabamos caindo nas artimanhas desse homem poderoso, misterioso e extremamente sensual.
Eu, particularmente, adoro pessoas inteligentes, pessoas inteligentes que conseguem rir de si mesmas são especialmente cativantes, e assim é John Medina. Só nós e ele sabemos o que está pensando; Niema somente terá ideia do que ele pensa, sente e quer, quando ele permitir que ela saiba. Ai, não haverá volta.
“Relutantemente, ela disse: – John. – Preferia pensar e referir-se a ele como Medina; assim, mantinha-se a certa a certa distância dele, pelo menos imaginava ser assim. Já estava tendo bastante dificuldade para lutar contra a atração que sentia por ele. – Vamos voltar ao assunto original; é um trabalho único. Tem de ser.
Com as mãos ainda nos bolsos, ele foi até a janela da cozinha e distraidamente tocou o gancho e os ferrolhos que ela havia instalado. Nas duas últimas manhãs, tivera de passar por uma janela pequena do banheiro, tão pequena que ele teve de fazer movimentos cuidadosos para entrar. Ela estava tão satisfeita com aqueles ferrolhos que ele não contou a ela ter descoberto uma maneira de driblá-los...
– Não pensem que pode me ignorar – ela avisou.
Ele lhe lançou um sorriso leve e caloroso ao virar-se da janela.
– Nunca pensei em fazer isso.
Tanto o sorriso quanto o que ele disse a deixaram surpresa. Decidida a mudar de assunto, ela respirou fundo. – Vamos voltar a falar sobre o plano. O que acontece quando... se... eu conseguir um convite para ir à casa de Ronsard? E se você não for convidado para ir ao no mesmo dia?
– Já recebi um convite... Se Ronsard a convidar para a festa, aceite. Se ele só convidá-la para conhecer sua casa, recuse. Isso deve despertar o interesse dele.
– O que eu sei a respeito de despertar interesse em alguém deve caber em uma casca de amendoim – ela disse.
Ele sorriu. – Não se preocupe, pois a Mãe Natureza cuidou dessa parte. Os homens são fáceis. Não exigimos muito além de uma mulher respirando, e ficamos interessados.
Ela tentou se sentir ultrajada, mas pegou-se rindo. – Que simplório, não é?
– Em comparação às mulheres, somos amebas. Nossos cérebros só têm um neurônio, mas é dedicado.
Aquilo fora dito pelo homem mais complicado que ela conhecia. Ela balançou a cabeça e disse: – Acho que precisamos trabalhar, antes que esse seu único neurônio se perca completamente...”
É isso; eu poderia simplesmente escrever linhas e linhas e não me cansaria de imaginar as situações criadas pela Howard; sinceramente não pensei que seria capaz de ler outras autoras e me sentir tão à vontade como me com seus romances.
John Medina me cativou em todos os níveis, muito mais por sua personalidade e inteligência que por qualquer descrição física, que aqui quase não aparece. Ele é uma poção mágica que me enfeitiçou; um misto de várias qualidades essenciais em um homem, e nem mencionei aqui o quão sexual ele é, vou deixar sua curiosidade buscar por isso.
John Medina ainda é mencionado e outro romance de Howard, Beije-me Enquanto Durmo. Para quem quiser acompanhar os passos desse herói, a ordem pode aparição: Revelações, Atração Implacável e Beije-me Enquanto Durmo, todos da Linda Howard, publicados por aqui pela Bertrand Brasil.
Beijos e até a próxima semana.
Tania Lima

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Começar de novo... Feliz Ano Novo!

Olá pessoas, estou tentando manter a casa aberta, assim, como tenho colaborado com um blog muito querido, o Envenenadas Pela Maçã, vou publicar, semanalmente meus textos, que já tinha começado a postar, mas na correria de 2013 dei uma parada. Então, como tenho várias postagens sobre livros e outros assuntos já prontas, vou colocando-as aqui, na ordem que publiquei lá. Gostaria muito que, se possível, também visitassem o espaço, que ativo e cheio de novidades literárias, de cinema e outras coisinhas!
Para recomeçar, trago minha primeira postagem para a coluna Sexta Envenenada, de 27 de julho de 2012. Espero que curtam, afinal...

Escrever nunca foi fácil, especialmente quando se tem o compromisso de realizar esta tarefa, escrever para outros então... O que escrever, quanto escrever, como escrever?
Há muitos e muitos anos – espere... pela Deusa! Preciso consertar isso: há alguns anos atrás (melhor assim), minhas professoras exigiam redações, estipulando limites, máximo e mínimo, de linhas para que escrevêssemos sobre determinados assuntos – era a verdadeira A Hora do Espanto!
Caramba, uma coisa era ler os livros que nos enfiavam goela abaixo, outra era escrever sobre histórias que não gostávamos, que não despertavam interesse nenhum, era um tal de encher linguiça, isso ainda no tempo do trema – aqui sim A Hora do Pesadelo.
Descobri o prazer da leitura, no último ano do antigo ginásio (céus, logo entregarei minha idade), quando tivemos que ler um livro bobinho, mas que tinha tudo a ver conosco, era A Oitava Série C, de Odette de Barros Mott.
Assim, começou minha adoração pelos escritores que conseguiam fazer com que eu me visse em suas histórias, que me faziam olhar pela perspectiva das várias personagens. Daí vieram O Escaravelho do Diabo (Lúcia Machado de Almeida), Dom Casmurro (Machado de Assis), O Encontro Marcado (Fernando Sabino), e tantos outros. Com eles eu me envolvia, e mal conseguia desgrudar as histórias para realizar outras atividades. Tornava-me parceira do autor, tentando decifrar os mistérios, brigava com os mocinhos e mocinhas, falava mal ou bem das personagens, chorava, ria, enfim, vivia cada história e me deprimia, como até hoje, com a chegada do final do livro.
Acho que esse é o segredo de um bom livro, você tem um companheiro que te aceita sempre quando o procura e não te pede nada. Egoísmo, não é? Mas é assim mesmo que acontece quando curtimos ler.
Há alguns dias, tive uma surpresa incrível, que foi o convite para escrever sobre algo que tanto amo, que são os livros. Não acreditei quando a Mathilde fez uma gracinha no Facebook, dizendo que precisava me fazer uma proposta indecente, pois eu não fazia ideia do que poderia ser. Fiquei entre inerte e com a pulsação tal qual os motores da Fórmula 1, quando ela me convidou para colaborar com As Envenenadas pela Maçã.
Era um presente mais que um convite, pois poderia fazer o que curto, num local delicioso e aconchegante e para gente a rodo... deu uma aflição no estômago... que responsabilidade!
Lá estava eu novamente na carteira da escola... pior, pois não escreveria sobre um texto que minha professora solicitou, mas sobre vários títulos, para várias pessoas... e põe várias nisso.
Mathilde querida, muito obrigada pelo presente. Espero estar à altura de suas expectativas, embora eu agora tenha a impressão que você é muito corajosa, ou louca, ou as duas coisas, mas acredite, estou muito honrada por estar fazendo parte dessa equipe tão querida e desse cantinho que há tempos acompanho. Cara, ainda não creio que isso está acontecendo!
Então, toda sexta-feira me aguardem com muita informação ‘quente’ para vocês sobre livros, autores e autoras e muitos personagens que encantam e arrebatam os corações de nós leitoras vorazes!!
Sexta-feira já é um dia muito aguardado para nós todos e vai ser mais ainda para quem acompanhar a coluna ‘Sexta Envenenada’...
Conto com a participação de vocês através dos comentários e ainda contribuições de ‘temas’ ou de livros que vocês gostariam de ver em pauta aqui no blog! A casa é sua...
Então, vamos lá...
Com muita força na peruca e a manicure em dia, lá vamos nós!

Tania Lima


 “[...]
A porta foi aberta e Swain entrou na sala como se estivesse passeando. Na verdade, caminhava assim em todos os lugares. Ele andava como um caubói que não tinha lugar algum para ir e não tinha a menor pressa de chegar. As mulheres pareciam gostar disso nele.
Swain era uma daquelas pessoas bonitas que parecem ser sempre bondosas também. Havia um sorriso ingênuo em seu rosto quando disse olá e sentou-se na cadeira indicada por Frank. Por algum motivo, o sorriso funcionava do mesmo modo que seu caminhar: as pessoas gostavam dele. Ele era um ótimo investigador porque encontrava as pessoas. Podia ser um homem feliz demais, podia ter um jeito de caminhar que era a própria definição da preguiça, mas fazia o serviço direito. Vinha fazendo o serviço direito na América do Sul há quase uma década, o que explicava seu bronzeado e sua boa forma.
Ele estava começando a aparentar sua idade, Frank pensou, mas isso não acontecia com todos? Havia uns fios brancos nas têmporas e na parte de cima do cabelo castanho de Swain, que era mantido sempre bem curto, devido a um redemoinho na parte da frente. Linhas de expressão marcavam seus olhos e sua testa, com marcas mais fundas nas bochechas, mas, com a sorte que tinha, as mulheres provavelmente achavam que ele era tão bonitinho quanto seu caminhar. Bonitinho. Franl concluiu que só podia estar ficando louco ao se referir ao seu melhor agente como bonitinho.
- O que foi? – Swain perguntou, estivando as pernas compridas e relaxando, sua espinha curvando-se ao afundar na cadeira. A formalidade não era seu forte.
- Uma situação delicada na Europa. Uma de nossas agentes secretas matou, por vontade própria, um informante importante. Precisamos detê-la.
- Uma mulher?
Frank entregou-lhe o relatório que estava sobre a mesa. Swain o pegou, leu rapidamente e o devolveu.
- O estrago já foi feito. O que mais há para ser detido?
- Salvatore Nervi não estava sozinho na situação que resultou na morte dos amigos de Lily. Se ela estiver decidida a pegar todos eles, poderá destruir nossa rede toda. Ela já causou prejuízo demais eliminando Nervi.
Swain coçou o rosto e rapidamente esfregou as duas mãos nele.
- Você não tem um agente irascível e trapaceiro, que esteja afastado, com alguma habilidade especial, que o torne a única opção possível para localizar a sra. Mansfield e pôr fim, de uma vez por todas, à sua matança?
Frank mordeu a língua para conter um sorriso.
- Isso lhe parece uma produção cinematográfica?
- A esperança é a última que morre.
- Considere suas esperanças mortas.
- Tudo bem; então, que tal John Medina? – Os olhos azuis de Swain mostraram divertimento enquanto ele entrava na onde de infernizar Frank.
- John está ocupado no Oriente Médio – Frank respondeu calmamente.
Sua resposta fez Swain se endireitar em sua cadeira, afastando qualquer sinal de preguiça. 
- Espere um pouco. Quer dizer que existe um Medina?
- Existe um Medina.
- Mas não há um arquivo para ele... – Swain começou a dizer, interrompeu-se, sorriu e disse: - Opa...
- Isso quer dizer que já procurou.
- Droga, todo mundo na área já checou.
- É por isso que ele não tem um arquivo no sistema. Para permanecer protegido. Mas, como eu dizia, John está ocupado no Oriente Médio e, de qualquer maneira, eu não o usaria para recuperar outro agente.
- Isso quer dizer que ele é bem mais importante que eu. – Swain voltou a esboçar seu sorriso ingênuo, mostrando que estava brincando.
- Ou que ele tem talentos diferentes. Você é o homem que quero, e vai voar para Paris hoje à noite. Vou lhe dizer o que preciso que você faça. [...]”
CH190Escolhi o alucinógeno de hoje não por acaso. Lucas Swain é um dos protagonistas de Beije-me Enquanto Durmo (Kiss me While I Sleep), de Linda Howard, de 2004, publicado por aqui pela Bertrand Brasil em 2006.

Lucas Swain me cativou pelo seu jeito leve de ser e de ver as coisas. Na verdade, este foi meu primeiro romance adulto escrito por uma mulher.
Devo confessar que torcia o nariz para romances “mulherzinha”, desde menina, na verdade. Nunca gostei da Cinderela, Branca de Neve ou Bela Adormecida. Curtia mais a Bela (A Bela e a Fera), Esmeralda (O Corcunda de Notre Dame), Mulan, e outras que não esperavam por seus príncipes para serem felizes. E foi exatamente isso que me encantou em Beije-me Enquanto Durmo (e vários outros títulos da Howard).
São personagens que se aproximam da realidade, personagens possíveis na vida real e que me fizeram tirar o chapéu para romances escritos por mãos femininas.
Assim é Swain: com esse caminhar, com aquele sorriso, uma piada bem colocada, mas que também pode ser letal. Caí de quatro por ele e, na época em que li o romance (policial), estava em recesso escolar e minha filha estava com o pai. Como eu não tinha outros livros que já não conhecesse o conteúdo de cabo a rabo, resolvi enfrentar aquele livro vermelho com um casal se beijando, que havia recebido de presente de uma amiga há vários meses, senão anos. E, mordi a língua, pois realmente não se deve avaliar um livro pela capa. Eu olhava pro livro e imaginava: é livro de romance mela calcinha, cheio de frescuras de mulher. Gente, me entendam, sou mulher e adoro os caras, amo homens de todas as cores, formas e tamanhos. Podem acreditar, é cabra macho, exalando testosterona, é meu número. Mas não suporto a ideia daquelas histórias em que a mulher é sempre coitada, eternamente virgem... nada contra quem seja, mas, felizmente, quando o assunto é leitura, nós podemos escolher, não é?
Enfim, comecei a ler o livro e... pessoas... não consegui largar dele até terminar de ler. Devorei 349 páginas em 2 dias. No final, estava com os olhos latejando, mas foi o tempo de tirar um par de horas de soninho e fazer a segunda leitura.
Confesso, estou com vontade de lê-lo novamente.
Sou apaixonada por Swain desde sua entrada na história, que é exatamente no trecho que transcrevi aqui, até sua última aparição.
Ele tem tudo o que é preciso, senso de humor, inteligência, sensibilidade e lealdade. Um personagem que ficaria fantástico nas telonas, aliás, a história de Beije-me Enquanto Durmo é cinematográfica mesmo. Se fosse possível ver essa história nos cinemas, acho que Alex O´Loughlin ficaria perfeito para o papel, não apenas pela descrição física, mas também por sua performance em alguns papéis como em Plano B e Havaí 5-0. Além de minha nova paixão, é um excelente ator!
Exibir lbum
Alex O´Loughlin = Meu Lucas Swain
Para sorte de Swain, e minha também, a mocinha, Lily Mansfield, é fantástica. Inteligente, realista, passional e corajosa.
Ambos formam uma parceria, na qual, não conseguimos ver inicialmente, uma possível atração sexual, mas é TNT pura. E, para completar, Linda Howard descreve com riqueza de detalhes toda a trama: os personagens secundários também têm suas histórias, seus dilemas, as conversas são inteligentes, atraentes.
Só pra atiçar um pouco a curiosidade, transcrevo um dos diálogos que mais gosto (isso num simples telefonema):
“[...]
Em um impulso, pegou seu telefone e ligou para o celular de Lily, só para ver se ela atenderia.
- Bonjour – ela disse, e Swain pensou que talvez ela não tivesse visto quem era, mas era mais provável que atendesse em francês por força do hábito ou precaução.
- Olá. Já tomou café?
- Ainda estou na cama, portanto não, ainda não comi nada.
Ele olhou para seu relógio: ainda não eram seis horas. Ele a perdoaria por ser preguiçosa. Na verdade, estava contente por tê-la surpreendido na cama, porque ela estava com a voz sonolenta e suave, sem sua rigidez contumaz. Tentou imaginar o que ela vestia para dormir, talvez um minúsculo top e uma calcinha, talvez nada. Definitivamente, não devia vestir nada transparente e sensual. Tentou imaginá-la em uma camisola longa, ou uma camiseta larga, e não conseguiu. No entanto, conseguiu imaginá-la nua. Ele imaginou tão bem que seu pênis se animou e começou a enrijecer, exigindo que ele tivesse controle.
- O que está vestindo? – A própria voz saiu mais lenta e grave que o normal.
Ela riu, surpreendida.
- Este é um telefonema obsceno?
- Poderia ser. Estou sentindo que emoções fortes virão. Diga-me o que está vestindo. – Ele a imaginou sentada, encostada nos travesseiros, puxando o cobertor para debaixo de seus braços, afastando seu cabelo despenteado do rosto.
- Uma camisola de flanela da vovozinha.
- Mentirosa. Você não é o tipo de mulher que veste esse tipo de camisola.
- Você ligou por algum motivo além de me acordar e perguntar o que estou vestindo?
- Sim, mas me distraí. Vamos lá, me diga.
- Não faço sexo verbal. – Ela parecia estar se divertindo.
- Por favor, vai! Poooor favooooor.
Ela voltou a rir.
- Por que quer saber.
- Porque minha imaginação está me matando. Você parecia tão sonolenta quando atendeu, e eu imaginei você toda macia e quente debaixo das cobertas. Foi daí que as coisas começaram a subir. – Ele olhou sorrateiramente para a sua ereção.
- Pode parar de imaginar. Não durmo nua se é o que quer saber.
- Então, o que está vestindo? Eu preciso mesmo saber, para imaginar direito.
- Pijama.
Droga, ele tinha se esquecido dos pijamas.
- Curto? – atreveu-se a perguntar, esperançoso.
- Em outubro troco pelos longos, e volto para os curtos em abril.
Ela estava estragando seus sonhos. Ele a imaginou de pijama e o efeito não foi o mesmo. Suspirou.
- Você poderia ter dito que estava totalmente nua – reclamou. – Que mal isso faria? Eu estava me divertindo aqui. [...]
Detalhe, eles sequer tinham intimidade alguma nessa altura do livro, foi mesmo um telefonema sem intenção sexual que mudou totalmente o rumo da conversa e, claro, não acabou aí, ele com certeza continuou cutucando a onça com a vara, já não tão ereta. 
Mas o diálogo, além de excitante, tornou-se hilário.
Este homem, definitivamente abalou as estruturas rígidas da Lily, que longe de ser uma mulher frágil e desprotegida, começou a ver uma nova perspectiva para sua vida.
Meu primeiro amante literário: LUCAS SWAIN.
A partir dele, conheci e tive outros amantes tão maravilhosos quanto ele, e através dele conheci a IAN, assim como pessoas maravilhas como Mathilde Tonionni.
Na próxima semana, vou aproveitar o gancho de Beije-me Enquanto Durmo, para falar de outro personagem que também é implacável, em todos os sentidos.

Beijos,

 Tania Lima
As envenenadas pela maçã: Coluna: ‘Sexta Envenenada!’: