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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Irmandade da Adaga Negra - Amante Sombrio: J.R. Ward


Assim, hoje vou falar sobre as minhas impressões sobre sua majestade Wrath, filho de Wrath. 
Meu primeiro contato com o Rei Cego foi por acaso, pois estava procurando outros títulos da Linda Howard; já tinha lido praticamente todos seus textos. Estava com aquela sensação de abandono que normalmente tenho quando termino um livro e não tenho outro para continuar minha overdose literária. Já mencionei aqui meu receio de experimentar outros autores, pois já aconteceu de começar um livro e ter simplesmente um bloqueio, não progredir de jeito nenhum com leitura. Acho broxante ter que abandonar um livro, mas, francamente, existem alguns que pela deusa!
Enfim, numa dessas minhas expedições exploradoras virtuais encontrei o antigo blog da Lillith, onde havia um universo de livros que me deixou vesga. Encontrei o que procurava e ainda mais. Percebi que várias vezes era direcionada para os títulos de tal série de livros sobre vampiros guerreiros e, sempre declinava, até que um dia a curiosidade me incomodou. Comecei a ler a respeito e decidi me aventurar no sombrio mundo criado por J.R. Ward. 
Amante Sombrio (Dark Lover), publicado aqui pela Universo dos Livros, simplesmente me levou a ler, num recorde para mim, praticamente 5 livros em pouco mais de 1 semana. Quem conhece a série sabe que os livros têm em média 450 páginas. Ao final do quinto, tive que dar um tempo, pois os olhos doíam e meu recesso já dava adeus.
Desnecessário dizer que adoro a série e, graças ao Rei, adquiri uma nova fantasia: ir a Caldwell procurar por uns cabras vestidos de couro até as presas e dar uns “catiripapos” (é assim que se escreve??) em uns albinos com cheiro de talco vencido.
Wrath é o último vampiro sangue puro dentre os seus e herdeiro do trono de sua raça.
Com um passado de centenas de anos, ele passou por muitas situações, certamente, mas as que aconteceram nos primeiros anos do século XXI, simplesmente o nocautearam.
Estávamos muito acostumados ao estereótipo do vampirão poderoso, praticamente imortal, sedutor, mas que almeja sair fertilizando toda a face da Terra com um monte de filhotes sanguessugas e acabar com a população humana de uma vez. Haja alho e crucifixo. A ideia de ter vampiros andando entre humanos, mas não lhes assombrando também não é inédita; lembro-me muito bem quantas vezes assisti ao sofrimento de Brad-Louis-Pitt em Entrevista com Vampiro (naquela época podíamos assistir a várias seções consecutivas, e ninguém nos punha pra fora), de Anne Rice. Tenho que mencionar aqui também, Mick St. John, da série Moonlight.
Mas vê-los como guerreiros que protegem os indivíduos de sua própria raça, que vive incógnita, contra caçadores que nada têm em comum o Van Helsing, realmente me deixou fascinada.
Sobretudo Wrath, com tudo o que já havia presenciado em seus longos anos de vida, ainda teria e terá (pelo visto) que passar ainda por momentos difíceis, muito difíceis.
Do alto do de seus 2,06 m de altura, seus 123 kg (de puro músculo e ira, como diz seu próprio nome) e uma longa cabeleira negra, o soberano é exatamente isso: SOBERANO. Mas tudo em que acredita, ou não, está prestes a mudar drasticamente, depois da súbita e traumática perda de um de seus mais fiéis e nobres guerreiros. A seguir, o grandalhão precisa lidar com emoções totalmente novas, pois se vê irremediavelmente ligado a uma fêmea (ai, ai, é assim que eles se referem a nós), e como agravante a guria é humana.
Nesse angu, tem mais caroço ainda, pois precisa resolver o que fazer com um humano-cabra-macho-pra-daná, problemas entre seus Irmãos e os seus conflitos internos. Para salgar a massa ainda mais, ele tem que se decidir entre a luta corpo-a-corpo com o inimigo e assumir o trono de uma vez. Não satisfeito com isso, ele ainda vai ter que encarar a mãe (ou sogra???) da raça, uma entidade que criou a vampirada, mas que, para mim, é o verdadeiro espírito de porco da trama.
Enfim, apesar de tudo isso Wrath, que está acostumado a estar sempre sozinho, ser durão o tempo todo e prefere esse estilo de vida, se vê cercado por todos os lados, por pessoas que vão mudar todo o rumo de tudo em que ele acreditava “cegamente” estar destinado a viver.
Por outro lado, descobre que existe algo muito maior, algo que está acima de tudo. Wrath não só descobre que é capaz de amar uma fêmea como também descobre que essa fêmea passa a ser a razão de sua existência.
Amante Sombrio é habitado por personagens únicos, fascinantes. Esse é o primeiro livro desta série que estremeceu o mundo da literatura sobrenatural. Mas ele não fica focado apenas na história de Wrath; aos poucos vamos conhecendo os demais Irmãos e a sua companheira atual e o irmão dela, que é o médico da raça, e um policial que, definitivamente tem seu lugar ao Sol (ou melhor seria à Lua?) e fará muita diferença nesta trama.
Momentos marcantes... inúmeros... sensualidade, erotismo, transbordam – daqueles em que se aconselha usar preservativos nos dedos para folhear as páginas. Eu poderia dizer que o livro é adrenalina pura, mas prefiro usar outro hormônio; este livro é testosterona pura.
Citar um trecho dessa obra é um trabalho hercúleo, pois há diversos que são impagáveis.
Wrath, a princípio me passou uma sensação de voar em sua jugular, não para mordê-lo como acontece nessa história, mas sim para estrangulá-lo. Grosseiro, seco, antipático, anti-social, territorial, com um péssimo humor, mas (caraca eu também sou assim!) ele foi me cativando e me conquistou definitivamente, tanto que não consegui desgrudar da série até os olhos latejarem.
Gosto de todas as passagens, sobretudo quando ele está com um dos Irmãos, com sua amada Beth Randall, com quem descobre coisas impensáveis e, claro, seus momentos com o tal tira Butch O’Neal.
Para dar uma pitada do poder desse guerreiro, só para sentir a pressão:
“– Não confie em mim. Não goste de mim. Não me importo. Mas nunca MINTA para mim – inspirou o ar com força, como se fosse aspirá-la (Beth) junto. – Posso sentir que exala sexo nesse momento (momento tremedeira). Poderia deitá-la nessa calçada (eles estavam na rua, gente!) e meter-me por baixo de sua saia num piscar de olhos. E você não resistiria a mim, não é?... Os lábios dele roçaram o seu pescoço. Depois, passeou a língua ligeiramente sobre sua pele.– Agora, podemos ser civilizados e esperarmos até chegar em casa. Ou podemos fazer aqui mesmo. De qualquer forma, estou louco para estar dentro de você (ui!) outra vez, e sei que você não irá dizer não.”[...]
Ai, meus sais! Eu é que tenho que ficar por aqui, sabendo que quem já leu vai querer reler e quem ainda não leu, vai caçar esse vampiro a todo custo.
Eu, com certeza, vou dar uma nova conferida no arsenal de Wrath, filho de Wrath.
Fiquem bem e Carpe Diem!
Tania Lima