Assim, hoje
vou falar sobre as minhas impressões sobre sua majestade Wrath, filho de Wrath.
Meu primeiro
contato com o Rei Cego foi por acaso, pois estava procurando
outros títulos da Linda Howard; já tinha lido praticamente todos seus textos.
Estava com aquela sensação de abandono que normalmente tenho quando termino um
livro e não tenho outro para continuar minha overdose literária. Já mencionei
aqui meu receio de experimentar outros autores, pois já aconteceu de começar um
livro e ter simplesmente um bloqueio, não progredir de jeito nenhum com
leitura. Acho broxante ter que abandonar um livro, mas, francamente, existem
alguns que pela deusa!
Enfim, numa dessas minhas
expedições exploradoras virtuais encontrei o antigo blog da Lillith, onde havia
um universo de livros que me deixou vesga. Encontrei o que procurava e ainda
mais. Percebi que várias vezes era direcionada para os títulos de tal série de
livros sobre vampiros guerreiros e, sempre declinava, até que um dia a
curiosidade me incomodou. Comecei a ler a respeito e decidi me aventurar no
sombrio mundo criado por J.R. Ward.
Amante
Sombrio (Dark
Lover), publicado aqui pela Universo
dos Livros, simplesmente me levou a ler, num recorde para mim,
praticamente 5 livros em pouco mais de 1 semana. Quem conhece a série sabe que
os livros têm em média 450 páginas. Ao final do quinto, tive que dar um tempo,
pois os olhos doíam e meu recesso já dava adeus.
Desnecessário dizer que adoro a
série e, graças ao Rei, adquiri uma nova fantasia: ir a Caldwell procurar por
uns cabras vestidos de couro até as presas e dar uns “catiripapos” (é assim que
se escreve??) em uns albinos com cheiro de talco vencido.
Wrath é o último vampiro sangue
puro dentre os seus e herdeiro do trono de sua raça.
Com um passado de centenas de
anos, ele passou por muitas situações, certamente, mas as que aconteceram nos
primeiros anos do século XXI, simplesmente o nocautearam.
Estávamos muito acostumados ao
estereótipo do vampirão poderoso, praticamente imortal, sedutor, mas que almeja
sair fertilizando toda a face da Terra com um monte de filhotes sanguessugas e
acabar com a população humana de uma vez. Haja alho e crucifixo. A ideia de ter
vampiros andando entre humanos, mas não lhes assombrando também não é inédita;
lembro-me muito bem quantas vezes assisti ao sofrimento de Brad-Louis-Pitt em
Entrevista com Vampiro (naquela época podíamos assistir a várias seções
consecutivas, e ninguém nos punha pra fora), de Anne Rice. Tenho que mencionar
aqui também, Mick St. John, da série Moonlight.
Mas vê-los como guerreiros que
protegem os indivíduos de sua própria raça, que vive incógnita, contra
caçadores que nada têm em comum o Van Helsing, realmente me deixou fascinada.
Sobretudo Wrath, com tudo o que
já havia presenciado em seus longos anos de vida, ainda teria e terá (pelo
visto) que passar ainda por momentos difíceis, muito difíceis.
Do alto do de seus 2,06
m de altura, seus 123 kg (de puro músculo e ira, como diz seu
próprio nome) e uma longa cabeleira negra, o soberano é exatamente isso: SOBERANO.
Mas tudo em que acredita, ou não, está prestes a mudar drasticamente, depois da
súbita e traumática perda de um de seus mais fiéis e nobres guerreiros. A
seguir, o grandalhão precisa lidar com emoções totalmente novas, pois se vê
irremediavelmente ligado a uma fêmea (ai, ai, é assim que eles se referem a
nós), e como agravante a guria é humana.
Nesse angu, tem mais caroço
ainda, pois precisa resolver o que fazer com um humano-cabra-macho-pra-daná,
problemas entre seus Irmãos e os seus conflitos internos. Para salgar a massa
ainda mais, ele tem que se decidir entre a luta corpo-a-corpo com o inimigo e
assumir o trono de uma vez. Não satisfeito com isso, ele ainda vai ter que
encarar a mãe (ou sogra???) da raça, uma entidade que criou a vampirada, mas
que, para mim, é o verdadeiro espírito de porco da trama.
Enfim,
apesar de tudo isso Wrath, que está acostumado a estar sempre sozinho, ser
durão o tempo todo e prefere esse estilo de vida, se vê cercado por todos os
lados, por pessoas que vão mudar todo o rumo de tudo em que ele acreditava
“cegamente” estar destinado a viver.
Amante
Sombrio é habitado
por personagens únicos, fascinantes. Esse é o primeiro livro desta série que
estremeceu o mundo da literatura sobrenatural. Mas ele não fica focado apenas
na história de Wrath; aos poucos vamos conhecendo os demais Irmãos e a sua
companheira atual e o irmão dela, que é o médico da raça, e um policial que,
definitivamente tem seu lugar ao Sol (ou melhor seria à Lua?) e fará muita
diferença nesta trama.
Momentos
marcantes... inúmeros... sensualidade, erotismo, transbordam – daqueles em que
se aconselha usar preservativos nos dedos para folhear as páginas. Eu poderia
dizer que o livro é adrenalina pura, mas prefiro usar outro hormônio; este
livro é testosterona pura.
Wrath, a princípio
me passou uma sensação de voar em sua jugular, não para mordê-lo como acontece
nessa história, mas sim para estrangulá-lo. Grosseiro, seco, antipático,
anti-social, territorial, com um péssimo humor, mas (caraca eu também sou
assim!) ele foi me cativando e me conquistou definitivamente, tanto que não
consegui desgrudar da série até os olhos latejarem.
Gosto de
todas as passagens, sobretudo quando ele está com um dos Irmãos, com sua amada
Beth Randall, com quem descobre coisas impensáveis e, claro, seus momentos com
o tal tira Butch O’Neal.
Para dar uma
pitada do poder desse guerreiro, só para sentir a pressão:
“– Não
confie em mim. Não goste de mim. Não me importo. Mas nunca MINTA para mim –
inspirou o ar com força, como se fosse aspirá-la (Beth) junto. – Posso sentir que exala sexo nesse
momento (momento tremedeira). Poderia
deitá-la nessa calçada (eles estavam na rua, gente!) e
meter-me por baixo de sua saia num piscar de olhos. E você não resistiria a
mim, não é?... Os lábios
dele roçaram o seu pescoço. Depois, passeou a língua ligeiramente sobre sua
pele.– Agora, podemos ser civilizados e esperarmos até chegar em casa. Ou
podemos fazer aqui mesmo. De qualquer forma, estou louco para estar dentro de
você (ui!) outra
vez, e sei que você não irá dizer não.”[...]
Ai, meus
sais! Eu é que tenho que ficar por aqui, sabendo que quem já leu vai querer reler
e quem ainda não leu, vai caçar esse vampiro a todo custo.
Eu, com
certeza, vou dar uma nova conferida no arsenal de Wrath, filho de Wrath.
Fiquem bem e
Carpe Diem!
Tania Lima