Quem nunca se imaginou vivendo um romance em pleno
deserto? Eu já. Mas se vocês nunca se viram vivendo literalmente uma tórrida
paixão com um verdadeiro tuaregue, em meio a areias, camelos, tendas, oásis e
tâmaras, preparem-se para começar, pois é neste ambiente que acontece um dos
romances mais doces que eu já li. E isso, graças aos céus, sem ser daqueles
romances enjoativos.
Daren é um homem forte, em vários sentidos. Ele é o
protagonista do livro da minha querida amiga Rosane Fantin, Um Amor no
Deserto, que conta a história de como um amor intenso pode surgir onde e
quando menos esperamos.
O ano
é 1985. Durante a realização do Rally Paris-Dakar, Amy McGarvey seria uma das
primeiras mulheres a pilotar uma moto nessa competição extremamente perigosa.
Durante
a prova, esta jornalista inglesa teve sua moto atolada nas areias escaldantes
nos percurso de Níger a Mali. Quando acreditava estar totalmente perdida e
entregue ao seu destino final, pois já estava começando a assar naquele
deserto, eis que surge um cavaleiro - ou deveria dizer um “cameleiro”; como
chamamos os guris que montam esses animais? (um
doce envenenado para quem me elucidar essa questão)... mas, voltando ao que
interessa... no frigir, literalmente, dos ovos, eis que surge um salvador, e que
salvador!
“Ele acabara de cumprir sua promessa. O último desejo de alguém que
tinha dedicado sua vida ao trabalho e à família. O desejo de reunir-se aos
elementos da natureza, no lugar que tanto amava. Montou seu camelo e seguiu na
direção das tendas de seus primos que o abrigavam desde sua chegada a Mali. Foi
quando viu alguma coisa caída sobre as areias, ao longe. Curioso, resolveu
investigar. Ao chegar mais perto viu a silhueta de uma pessoa. Acelerou o
cavalgar. Logo pode identificar o corpo de uma mulher, vestida apenas com uma
bermuda curta, uma camiseta de algodão, com um boné vermelho, que foi o que
chamara sua atenção, sobre o rosto. Desceu de sua montaria rapidamente e foi
verificar se estava viva. Devia estar a algumas horas ali, sob o sol. Um exame
rápido mostrou que ainda estava viva, apesar de muito desidratada. Pegou um
cantil de água que trazia junto a si e, começou a molhar-lhe os lábios com
cuidado, colocando-a junto a si. Passou a gotejar algumas gotas do líquido
precioso dentro de sua boca. Ela ainda não reagia. Talvez precisasse hidratação
intravenosa, mas isto seria impossível naquela região. O hospital mais próximo
ficava a mais de 100
quilômetros dali.
De repente, ouviu um gemido tímido. Logo um par de lhos azuis embaçados o
olhava sem entender o que estava acontecendo.
─ Você pode me ouvir? – falou em inglês perfeito.
Ela não tinha forças para responder.
─ Você fala inglês? – perguntou novamente
Ela assentiu com um movimento leve da cabeça
─ Então tente tomar um pouco de água... Aos poucos, para não engasgar...”
Até
eu, que não me julgo uma mulher das mais românticas, adoraria estar assando os
miolos (e saibam que eu não suporto calor), só para ser socorrida por um homem
assim, profundo, forte, com uma voz deliciosamente sensual e com duas
esmeraldas nas cavidades oculares. (suspiros)
Vocês
precisam saber que quando conheci Rosane, foi através de duas paixões em comum:
a primeira foi o ator Gerard Butler, do qual éramos fãs (de fã clube e tudo
mais – pela deusa! até camisetas fizemos!); a segunda paixão foi a leitura.
Rosane tem um blog onde espalha as sementes de sua imaginação romântica.
Naquele espaço existem os momentos mais encantadores que já pude viver em
termos de literatura. São histórias de amor, de aventura, suspense e mesmo ficção,
mas todas escritas com tanta delicadeza e pureza que conseguiram transformar
essa ogra que vos escreve numa mulher mais sonhadora.
E
Daren é um desses personagens tão deliciosos e marcantes que eu mesmo fui uma
das que imploraram para que Rosane publicasse suas histórias.
Ele
possui algo que eu invejo tremendamente, paciência, pois teve que lidar com uma
mulher extremamente independente, geniosa e tão voluntariosa que pôs a própria
vida em risco, não uma, mas várias vezes.
Some-se
a essa qualidade rara em um homem, uma profissão fantástica que é o exercício
da medicina (disso eu tenho certeza: a maioria aqui já brincou de médico) e a
caridade. Fora o fato de que o cabra é uma delícia de homem, alto, bonito,
inteligente, com uma voz grave, sensível e hétero. Querem mais? Então vejam:
"Quando
Daren ia beijá-la, deu-se conta de que estavam em plena luz do dia, sendo
observados por algumas das garotas mais curiosas da tribo. Apenas sorriu e
convidou-a:
[...]
─ Então, espere eu me lavar e já saímos. É melhor você colocar o seu
turbante para proteger o rosto do sol e da areia. Está bem?
─ Está ótimo.
Ela seguiu o seu conselho. Quando voltou, ele já a esperava junto ao
camelo, seu conhecido, que se encontrava deitado no chão, aguardando para que
eles pudessem subir em sua “rahla” (sela). Podia-se notar que ele havia se
lavado e trocado de roupa. Exalava um perfume suave e másculo. Vestia uma
túnica índigo com detalhes em branco e um turbante de um azul mais escuro, que
o deixou com o aspecto de um príncipe árabe, como aqueles dos contos das Mil e
Uma Noites. Amy conteve o suspiro que tentava escapar de seu peito. Não queria
deixá-lo muito convencido.
Ele ajudou-a a subir e sentar-se entre as corcovas de sua montaria e
acomodou-se atrás dela, como quando do último “passeio” que haviam feito juntos
pelo deserto. A um toque dos calcanhares de Daren e um som de estalar de língua
no céu da boca, o animal começou a galopar. Agora entendia como ele a tinha
alcançado tão rápido durante a perseguição ao seu cavalo. Depois de mais ou
menos 30 minutos de cavalgada, chegaram a um pequeno e lindo oásis, bem menor
que aquele que os tinha acolhido durante a noite.
─ Este é o seu oásis particular? – perguntou encantada com o lugar.
─ Quase... Gostou?
─ Se tivesse uma linha de ônibus passando por aqui, um supermercado, uma
agência de correio ou linha telefônica, eu seria capaz de passar o resto dos
meus dias aqui.
Ele soltou mais uma de suas gargalhadas gostosas e apertou-a contra si.
Deu-lhe um beijo no pescoço e forçou o camelo a baixar-se. Desceu primeiro e
agarrou-a pela cintura, para ajudá-la a desmontar. Assim que a colocou no chão,
abraçou-a e beijou-a apaixonadamente.
‘E agora? O que vai ser de mim sem ela?’, pensou.”
[...]
Se
pudessem, ouviriam meus gemidos... beijo no pescoço, perfume suave e másculo??
Não preciso de mais nada, Amy pode até conter seus suspiros, eu não!
Conseguiriam
imaginar o guri sob a túnica? Humm...
Rosane
Fantin é uma das responsáveis pela minha relativamente nova paixão por romances
mais suaves e por isso só tenho a agradecer, pois com seus textos, seus homens
magníficos, minha vida tornou-se também mais suave e, como escrevi em um de meus
comentários em seu blog:
“Também estou
irremediavelmente apaixonada por Daren! Vixe, que homem!
Concordo com a
Lucy, quando diz que muitos homens esqueceram essas delicadezas, mas acho que
muitas mulheres também não têm esse feeling, já estão muito voltadas para a
profissão; tempos modernos, afinal. Acho que me incluo nesse rol, mas graças ao
nosso Lorde (Butler, naquela época), a vocês minhas queridas amigas e a esse
cantinho cor-de-rosa, meu coração e meus sonhos andam mais coloridos. Obrigada
Ro, por me ajudar a descobrir essa delicadeza na minha alma”
Não mudaria uma
palavra sequer em qualquer um dos comentários que fiz, pois foi graças a
leituras com Linda Howard, J.R. Ward, Nora Robert e Rosane Fantin que hoje
tenho mais fé em coisas que não suportava nem a menor menção e acredito que
existem muitos amores possíveis. Quem sabe meu Daren ainda está por vir?
Os livros de
Rosane Fantin estão na minha lista de favoritos no Skoob e seus textos estão
disponíveis para seu deleite em: http://romancesaovento.blogspot.com.br
Fiquem
bem e Carpe Diem.
Tania Lima